Reacções Adversas
Friday, July 28, 2006
Monday, July 24, 2006
Por Outras Palavras
Ninguém disse que os dias eram nossos, ninguém prometeu nada; fui eu que julguei que podia arrancar sempre mais uma madrugada.
Ninguém disse que o riso nos pertence, ninguém prometeu nada; fui eu que julguei que podia arrancar sempre mais uma gargalhada.
E deixar-me devorar pelos sentidos, e rasgar-me do mais fundo que há em mim.
Emaranhar-me no mundo e morrer por ser preciso, nunca por chegar ao fim.
Ninguém disse que o riso nos pertence, ninguém prometeu nada; fui eu que julguei que podia arrancar sempre mais uma gargalhada.
E deixar-me devorar pelos sentidos, e rasgar-me do mais fundo que há em mim.
Emaranhar-me no mundo e morrer por ser preciso, nunca por chegar ao fim.
Thursday, July 20, 2006
Psicodrama II
Fecho os olhos e continuas lá; sempre presente, uma figura expande-se no sonho e mistura-se com a dor. Já nada é como dantes? Olho para ti ainda com aqueles olhos grandes, sedentos pela descoberta. Espelhas em mim os caracóis e os sentimentos. E eu?... Cresci e agora reflicto mais do que aquilo que sei. Afinal, eu sou parte de ti.
Wednesday, July 12, 2006
Almodôvar
Vais agora. As lágrimas descem-te pelo rosto como pérolas. Vais porque não compreendes como o Mundo é. Permites-te ir, contra uma vontade profunda, seguindo a investida do momento. Quantas vezes pensaste em voltar para trás?
Deixamos aqui o princípio do fim. Ficámos demasiado longe, demasiado tempo. Não me conheces, nem mesmo me reconheces. Mas eu sou assim, meu amor, já devias saber, afinal, às sextas feiras é a mesma rotina. Não posso com esse humor cinzento, esse meio humor com que me recebes, como se tivesses ido comprar cigarros. Não aguento a inércia do ruído e da desafinação. São demasiadas espectativas e, sinceramente, para mim também chega. Não estou habituada a ser desabituada. Vai agora, que eu fico aqui.
Deixamos aqui o princípio do fim. Ficámos demasiado longe, demasiado tempo. Não me conheces, nem mesmo me reconheces. Mas eu sou assim, meu amor, já devias saber, afinal, às sextas feiras é a mesma rotina. Não posso com esse humor cinzento, esse meio humor com que me recebes, como se tivesses ido comprar cigarros. Não aguento a inércia do ruído e da desafinação. São demasiadas espectativas e, sinceramente, para mim também chega. Não estou habituada a ser desabituada. Vai agora, que eu fico aqui.
Friday, July 07, 2006
Chamada Perdida
No início era plano. Livre pela lezíria voava, o cabelo descontrolado ao vento, sem rumo, sem destino. O objectivo era simples e o disfrutar essencial. Caminhava como se fosse livre, como se guiada pelos pássaros, como se não precisasse de ser. E então a serra começou a enrolar-se em mim como uma serpente e o seu veneno neurotóxico infiltrou-me a alma. E era já uma Outra que guiava, que me levava para o reduto das emoções contraditórias, para a dureza da purificação última. E eu continuava a subir, a dançar com a Terra, o ar mais denso e quente que se colava à pele. Umas sucintas indicações na memória: como é bom ter uma carga leve! Mas finalmente ali, no topo, por entre céus azuis e Rimpochés, descansei. E do Tibete veio uma música aguda que me atravessou a alma.
